Luiz Carlos Heleno
Da imensidão de teu sono infinito
Deitado no friozinho de um início de setembro
Recebemos a luz de teu olhar mais dentro,
Enquanto te chega aos ouvidos
O canto encantante de Cecília
Por gratidão do amor dos setembros vividos.
O tempo não para nem dispara
Só faz parir e florescer sinais de tua vida
Até onde os sentidos alcançam silêncios e alardes,
Tuas paixões e gargalhadas
A serenidade domando a turbulência
Tua alegria mais festiva com Livia ao colo em fim da tarde.
Não é de sina sua ida precoce
Nem era hora sua partida vitimada:
Mais uma vida interrompida antes do combinado;
Todo alento vem dos afetos
Que acodem de ser a luz mitigando a aflição,
Os braços que se juntam para o caminho a ser trilhado.
Nos passos de tua existência substantiva
Somos agora o cuidado de tua lida e presença
O abraço e o riso fácil de tua genuína amizade:
Toda nossa gratidão está em festa
Pela companhia de agora e sempre
Do olhar de tua bela e imperfeita humanidade.