MULHER

Adalberto Fávero (Beto) – 2021

Canto e encanto de mulher,

Desprezada e segundada no tempo

Pelo macho pretenso senhor

Do poder e da vida.

Raiz de difícil esperança;

Quando desfalece o futuro

Ela acontece no tempo,

De muitos caminhos cansados

Quando assim ao sabor do vento.

O cedo, o sol e o amanhecer,

Vão se estraviando os sentidos

De um jeito que é só morrer.

Sua mente na verdade sofrida

Que não dá para dormir

Com o estômago acordado,

Do filho ou do homem a seu lado.

A mulher é extensa

E o homem nela se perde feliz,

Com ela sempre acordado sonha.

Suado com todo corpo,

A pele chega aos nervos.

E não existe nenhuma vergonha.

Em ser nela parte de si mesmo.

Da mulher nasce o eu e o outro

Quando sorri e palavreia,

O macho se descobre inteiro

E depois ele anoitece.

Às vezes se aleija da razão,

Se conduz despovoada

Aflita do cansaço alheio

Mete os pés pela vida

Mesmo gorda de tristeza

Desconseguindo seus zelos

Sofrendo sua beleza.

Em lugar nenhum a insônia

Se irrealiza tão subversiva

Nas próprias curvas cativas

Da vida inteira em seu seio.

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